Era uma vez
Era uma vez
Um país de várias cores
Onde as ruas têm nomes de flores
E os sonhos se tornam realidade.
Sou criança, sou inesgotável
Ser criança é ser inesgotável na razão,
A razão que transforma qualquer emoção,
A razão que leva ao infinito da questão.
Ser criança é ver por entre cegos,
É sorrir constantemente,
É ter em mente a alma límpida e brilhante,
A alma que viaja sem maldade,
A alma que cava lealdade.
Faço castelos de areia,
Onde fico congelada e radiante,
Radiante porque sou criança triunfante,
Radiante pela experiência expectante.
Construo o meu ser para além da sombra dos outros,
Construo o meu querer pelo presente do que penso,
Sou infantil no mistério da realidade,
Sou infantil porque a fantasia conheço.
Ser criança é ser imortal,
Ser criança é poder cantar em liberdade,
Ser criança é dar luz à verdade.
Susana Ferreira
Era uma vez 2 virgens bloggers que sendo umas nabas, não desistiam. Por isso partiram à aventura e...
Vamos a isto! ...
Cá estamos tentando fazer alguma coisa. Esperamos pela tua participação.
sábado, julho 10, 2010
sexta-feira, julho 09, 2010
quinta-feira, julho 08, 2010
Meninos de todas as cores
É bom ser branco
porque é branco o açúcar, tão doce,
porque é branco o leite, tão saboroso,
porque é branca a neve, tão linda.
Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que, como todos os meninos amarelos, dizia:
É bom ser amarelo
porque é amarelo o Sol
e amarelo o girassol
mais a areia da praia.
O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo de um pequeno caçador chamado Lumumba que, como os outros meninos pretos, dizia:
É bom ser preto
como a noite
preto como as azeitonas
preto como as estradas que nos levam para
toda a parte.
O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos.
Escolheu para brincar aos índios um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia:
É bom ser vermelho
da cor das fogueiras
da cor das cerejas
e da cor do sangue bem encarnado.
O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Babá, que dizia:
É bom ser castanho
como a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como um chocolate.
Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia:
É bom ser branco como o açúcar
amarelo como o Sol
preto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.
Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores.
Meninos de todas as cores, Luísa Ducla Soares
Aventura das Letras
Porto, Porto Editora, 2003
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